Acordar da natureza, desacordar da cidade. Paradoxais despertares. A calma, o tropeçar da pressa, a dicotomia da paisagem na moldura da janela...
Na natureza:
A aurora corre entre flores do campo,
suave brisa,
acorda os odores frescos da manhã.
Marulho de ondas,
rumor de rio,
cantar de passarinho...
Uma revoada de cores,
dissipa a noite escura,
despertando retinas,
para um banquete de luz.
Mas...
O cinza devora a cidade,
cidade que engole homens.
Tisnados, sobressaltados,
atidos, contidos...
Bipes eletrônicos,
campainhas analógicas,
buzinas dissonantes,
sirenes destoantes,
apitos...
Onomatopéias sem fim!
O radio que ecoa,
celular que vibra,
computador que inicializa,
tevê que liga,
calma que desliga...
Um fragmento de paisagem,
trancado na grade da janela.
Um ótimo fevereiro para todos nós