Dirigentes da
FEMERGS e representantes dos servidores públicos de todo o Estado, junto com a
Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT/RS), realizaram, na manhã do dia 26 de
novembro, ato em frente ao Banco Central, em Porto Alegre. A manifestação, que
aconteceu simultaneamente em todo o país, marcou o Dia Nacional de Lutas pela
redução imediata dos juros. O objetivo da atividade foi denunciar a atual
política de juros, que só favorece aos banqueiros e especuladores, e exigir do
governo mudanças na política monetária, caracterizada por sucessivos aumentos
na Taxa Selic.
De acordo com a
vice-presidente da FEMERS, Vitalina Gonçalves, o aumento da taxa dos juros
também prejudica a luta pela valorização dos municipários. “A medida diminui a
arrecadação dos municípios e serve de desculpa para os gestores não avançarem
nas negociações coletivas da categoria”, afirmou.
Para o presidente da CUT/RS, Claudir Antônio Nespolo, cada meio ponto
percentual de aumento na taxa de juros, retira R$ 10 bilhões em recursos que
poderiam ser aplicados em programas que beneficiam o conjunto da sociedade, mas
são direcionados como juros para os bancos. “Esta política, acaba por
incentivar a aplicação em papéis e não na produção, o que tem impacto nos
empregos. Reconhecemos como positiva a política do governo no que diz respeito à
geração de empregos nos últimos anos, mas denunciamos e somos contrários à
política de juros, que tem que ser modificada”, alertou ele.
O presidente da CUT lembrou, ainda, a necessidade de que sejam feitas
modificações na tabela do Imposto de Renda. “Não é justo que um trabalhador que
ganha cerca de mil e setecentos reais já pague imposto de renda. É ainda menos
justosque quem ganha cerca de quatro mil, pague a mesma alíquota de quem ganha
dez ou vinte mil. Temos que exigir que sejam criadas novas alíquotas para
taxar, efetivamente, as grandes fortunas deste país”, disse ele.
Na quarta-feira (27), o Copom elevou a taxa básica de juros da economia em 0,50
pontos porcentual, para 10% ao ano. Com a sexta elevação consecutiva, a Selic
volta ao patamar dos dois dígitos, que não era visto no país desde março de
2012. Com essa nova alta, o Brasil se mantém na liderança do ranking de maiores
juros reais (descontada a inflação) do mundo.
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