segunda-feira, 10 de março de 2014

CINCO TESES E CINCO MOÇÕES APROVADAS NA PLENÁRIA FINAL DO 36º CONGRESSO ESTADUAL DOS JORNALISTAS

O 36º Congresso Estadual dos Jornalistas encerrou suas atividades no final da tarde desta sábado, 8 de março, em Porto Alegre. Com a presença de dezenas de votantes, a plenária final do evento aprovou o encaminhamento de cinco diferentes teses – a totalidade das que foram apresentadas – para serem levadas ao encontro nacional da categoria, que ocorre entre os dias 2 e 6 de abril, em Maceió, Alagoas.
Também foram consagradas cinco das seis moções lidas no final da sessão. Além disso, foram eleitos os quatro delegados que acompanharão o  presidente Milton Simas na comitiva do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul que comparecerá ao congresso nacional.

São eles, Márcia Carvalho e Robinson Estrásulas, da diretoria do SINDJORS, o ex-presidente da entidade Jorge Correa e Márcia Camarano. Além destes, duas outras gaúchas irão ao encontro brasileiro: a segunda vice-presidenta do sindicato, Vera Daisy Barcellos, palestrante convidada do evento, e Janice Ramos, delegada pelo Encontro Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Enjira).
Teses vão da defesa do SUS público a importância do jornalismo de imagem
Os temas defendidos nas cinco teses apresentadas no 36º Congresso Estadual dos Jornalistas, todos aprovadas com ajustes de redação, foram bastante variados.
Três delas eram aditivas às teses guias formuladas pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), duas estavam relacionadas ao tema “A democracia como garantia de igualdade e liberdade”, ambas de autoria do mesmo grupo – Márcia Camarano, Roberto Santos, Vera Daisy Barcellos e Milton Simas.
A que vinha intitulada “É preciso defender e aprofundar a democracia no Brasil” relacionava o sistema democrático com a experiência de saúde pública brasileira, considerada pelos autores como “o maior exemplo de democracia participativa” no país. Defendia, portanto, a presença de entidades representativas dos jornalistas em conselhos sociais e de direitos municipais, estaduais e nacional como maneira de pressionar pela garantia e melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS) público.
No caso do Rio Grande do Sul, especificamente, há um projeto de lei em debate na Assembleia Legislativa, que modifica a distribuição das cadeiras do Conselho Estadual de Saúde, no qual o SINDJORS deverá solicitar assento após a aprovação da tese.
Em sua segunda exposição, o grupo de jornalistas abordou as recentes manifestações no Brasil – cujo ápice foram as jornadas de junho de 2013 – e a relação com o trabalho da imprensa. A ideia é fazer uma defesa das ideias democráticas amplamente defendidas por jornalistas que militaram ao longo da história e que estão ameaçadas pela confusão que o público faz destes trabalhadores com os donos de grandes veículos de comunicação. “É preciso lembrar à sociedade que a categoria dos jornalistas está inserida na luta pela democracia”, assinala o texto.
Para lograr o objetivo, a tese defende que a Fenaj desencadeie uma campanha nacional mostrando a luta dos jornalistas na defesa do sistema democrático, listando e divulgando nomes de todos os jornalistas mortos, torturados e desaparecidos ao longo da ditadura. Além disso, defende que haja um reforço da identidade dos jornalistas brasileiros como trabalhadores.
A plenária entendeu ainda que era necessário mencionar a importância de que as empresas de comunicação proporcionem as adequadas condições de segurança aos profissionais que cobrem manifestações ou que estejam expostos a situações de risco. “Setenta por cento das agressões à imprensa foram feitas pela polícia”, lembrou o integrante da executiva da Fenaj José Carlos Torves.
A tese aditiva do ex-presidente do SINDJORS José Maria Nunes ao tema “Pelo fim da precarização do trabalho e uma  fiscalização mais efetiva dos órgãos competentes” também mencionava a  responsabilidade dos donos da  imprensa brasileira com a saúde do trabalhador. “O jornalista é um ser que defende todos os cidadãos, mas não compreende os seus próprios direitos e nem faz o registro de sua enfermidade como doença de trabalho”, analisou o autor.
A tese aprovada vai levar para a plenária nacional a proposta de criação de Grupos de Trabalho regionais para tratar especificamente da saúde  do  jornalista, com a incumbência de realizar um extenso levantamento sobre doenças do trabalho vinculadas a profissão.
Duas teses originais foram apresentadas e aprovadas pela plenária final do Congresso. Em uma delas, do tesoureiro do SINDIJORS Robinson Estrásulas pedirá a criação oficial dos Encontros Estaduais e Nacional de Jornalistas de Imagem.
A apresentação do também fotógrafo Elson Sempé Pedroso busca garantir aos jornalistas aprovados em concurso público a liberdade de escolha do servidor para optar pela carga horária regulamentar de 5 horas diárias “sem prejuízo da remuneração padrão”.
Moção repudia descaso patronal na negociação
Uma entre as cinco moções aprovadas ao final do 36º Congresso Estadual de Jornalistas repudiou a postura intransigente do patronato gaúcho na negociação salarial 2013. Os representantes das empresas de comunicação foram insensíveis as demandas da categoria e não aceitaram negociar aumentos condizentes com as exigências feitas aos  profissionais gaúchos.
Houve ainda a aprovação de moção em apoio à criação do fórum municipal de comunicação e o desarquivamento do projeto de lei que cria o Conselho Municipal de Comunicação de Porto Alegre.
Por fim, temas como o racismo nos estádios, a licença maternidade vedada às parlamentares gaúchas e as agressões sofridas por jornalistas na Venezuela durante a cobertura das recentes manifestações naquele país também mereceram moções, que  foram aprovadas pela quase totalidade do plenário presente.


Por: Imprensa/SINDJORS

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