Logo na abertura do evento, o presidente da Confederação, Roberto Franklin de Leão, ressaltou o papel que a internet e as redes sociais têm desempenhado como elementos de democratização da informação. “Não podemos viver apenas com as informações que nos são passadas pelos grandes órgãos de imprensa. Por aqueles cujas opiniões, na verdade, refletem interesses da grande maioria que não são os interesses dos trabalhadores – no nosso caso dos trabalhadores da Educação”, afirmou. Leão salientou a importância dos sindicatos saberem manejar as novas mídias para facilitar a comunicação não somente junta às suas bases, mas principalmente junto à sociedade. “A população precisa saber a nossa versão das coisas. As nossas ideias, o que pensamos da educação pública, o que achamos que é preciso para uma educação de qualidade. O movimento social precisa fazer chegar sua voz àqueles que realmente nos interessam”, concluiu.
Primeira palestrante do seminário, a secretária nacional de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosane Bertotti, abordou o direito à comunicação. Em sua exposição, ela lembrou que a comunicação é um direito que deve ser provido pelo Estado para todos, mas, no caso do Brasil, se tornou um benefício de poucos que têm concessões de rádio e televisão. Na visão da representante da CUT, falta regulamentação. “Se é um direito, precisa ser regulamentado pelo Estado. Ele precisa ser garantidor desse direito. Mas o Código de Comunicação Brasileiro já completa 50 anos. Ele é atrasado. Vivemos um outro momento econômico, uma outra realidade tecnológica. É preciso pensar novas regras de comunicação”, defende. Segundo Rosane, a regulação do direito à comunicação é o primeiro passo para que todos os segmentos da sociedade exerçam sua liberdade de expressão.
Para Alvísio Jacó Ely, secretário de Imprensa e Divulgação da CNTE, o debate sobre a regulamentação deve partir e se fortalecer dentro do movimento social. “O próprio governo não tem mecanismos suficientes para intervir para uma verdadeira democratização de toda a comunicação no Brasil. Por isso precisamos preparar toda a sociedade para que tenha esse entendimento de que é preciso mudar radicalmente a forma como são utilizados os meios de comunicação, em todas as áreas. É um caminho árduo, mas temos que avançar nesse debate”, afirmou.
Convergência tecnológica
A Secretária Nacional de Comunicação da CUT destacou que a convergência tecnológica oferece um imenso potencial para a comunicação das entidades da sociedade civil, que podem dialogar com várias pessoas usando várias plataformas, como rádio, televisão, sites, celulares. Mas Rosane Bertotti salientou que, para que isso se traduza em democratização da comunicação, é preciso garantir qualidade, o que ainda não existe em um nível satisfatório. “Para ter convergência tecnológica, precisamos ter banda larga. No Brasil, infelizmente nossa internet é lenta, cara e de má qualidade. É preciso que o Plano Nacional de Banda Larga saia do papel. É preciso que a banda larga esteja lá na escola onde o professor está dando aula. Senão, como ele vai dialogar com seus alunos?”, questiona.
Por: CNTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário